segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Cordel em homenagem aos mestre e capoeiristas do litoral Sul e Norte

Versando a capoeira

Senhoras e senhores 
De vocês eu peço a atenção 
Pois nesses singelos versos
Faço a minha louvação 
Entre ritos e negaças
Versando a vadiação

 Falando de capoeira
Nos versos desse cordel
Sentindo a brisa do mar
E observando o céu 
Versar a historia daqui
Esse vai ser meu papel

A capoeira daqui
E mesmo sensacional
Tem grandes mestres de nome
De história sem igual
Que fizeram sua fama
No toque do Berimbau 

Aqui teve também quilombo
Você pode acreditar
O quilombo do Jabaquara
Tem historia pra contar 
Tem também do Pai Felipe
Que é pra você se lembrar

Que a luta do antepassado 
Passou por esse lugar
Onde o negro conseguia
Descendo a serra do mar
Com força e valentia
 A  liberdade encontrar

Seu Quintino  de Lacerda
Um famoso valentão 
Liderou o Jabaquara 
Causando a revolução 
Pois lutava fortemente 
Contra a escravidão 

Mas nem toda a história aqui
É feita de alegria
Pois se deu em Bertioga 
Uma tremenda sangria
Onde os holandeses
Destruíram  uma etnia

Foi o fim de um povo
Me da dor só de pensar 
Não sobrou um pra história 
Nem criança no lugar
Esse foi o fim do povo
Chamado Tupinambá 

Mas vamos voltar ao assunto 
Pra vadiar capoeira
Falar de pioneirismo
Me lembro de seu Bandeira
Que transmite a capoeira
De uma forma guerreira

O mestre Sombra também 
Aqui tem o seu valor
Negro velho mandingueiro
Que a senzala criou 
Espalhando pelo mundo
Essa arte de valor 

Continuo esse meu verso
Pra deixar o meu recado
Peço desculpa  a algum mestre
acaso não for citado
Mas espero que se sintam
Todos homenageados

La no céu  tem três estrelas 
As três enfileiradinha
Uma é Chicão outra Surray 
A outra o é seu Liminha
Que foi levar lá pro céu
Um canto de maestria 

Mestre Chicão foi aluno
Do grande mestre Liminha
Onde a Filhos de Senzala 2
Era a sua academia  
Foi por lá que comecei
Viajar nessa magia

Seu Surray da Rosa Negra
Me lembro do seu cantar
Coisa seria é a capoeira 
Você pode acreditar 
Muito obrigado mestre
Pelo senhor me ensinar

São mestres que para mim
Tem um papel fundamental 
Pois eles me conduziram 
Nessa arte genial
De malícia e de mandinga
No tocar do berimbau

Continuo o meu versado
Licença aos meus mais velhos
A capoeira daqui 
também tem malícia e mistério 
Jogada na beira do cais
E sempre levada a sério 

A capoeira da baixada
Tem Grandes mestres de  valor 
Mestre Judiação, Asa Branca, Camarão 
Malaquias Deus levou
O grande mestre Capeva
Berimbau o consagrou

Mestre Torrão, seu Geraldo
Mestre Deraldo Angoleiro
Que foi ensinar nossa arte
Pelas terras do estrangeiro
Ensinando ao povo gringo
Esse jeito mandingueiro

Mestre Lima nego forte
Não posso me esquecer
Mestre Zé Lito na roda
Eu sinto gosto de ver
Aidê, Pitbull e Katia
A mulher também tem dendê 

Mestre Nana da compasso
Ricardo canto e magia
Saudades de seu Braulino
Mestre velho da Bahia
Mas com quem eu tive a honra
De jogar na roda um dia

Mestre Bahia olha só 
No alto do Monte Serrat
Que além da capoeira 
Segue o reisado a ensinar
Pra manter viva a Cultura 
E não deixar se acabar

Mestre Parada e Noel
Gentil mestre Alemãozinho
Onde tocar um berimbau 
Ninguém vai ficar sozinho
Pois tem sempre um capoeira 
Pra cruzar nosso caminho

Das terras de Itanhaém 
Mestres Pezão e Robinho
Seu Carvoeiro partiu 
Trilhando um novo caminho
Também partiu seu Falcão 
Cumprido aqui seu destino

A roda tem seu encanto
Sua magia e seu mistério 
Como diz mestre Bandeira
Tem que ser levada a sério 
Pois carrega fundamento
Toda cheia de critério 

Traz o gunga meu irmão 
Pois é hora da magia 
Avisa que vai ter roda
Para nossa alegria
Com dendê e com axé 
Regada de cantoria

Mestre Pacífico chegou
Vestindo um terno engomado
Veio o mestre Capoeira
De andar malandreado
Mestre André se fez presente
Pra passar o seu recado

Mestre Cícero Tatu
Chegou o mestre Sombrinha
Mestre Kaco mestre Ron
Todos com muita alegria
Pra fazermos uma roda
E encantar nosso dia


Cordel em homenagem aos 61 anos de vida e 51 de capoeira do mestre Valdir

Um cordel para Mestre Valdir

Peço permissão a todas
E a todos para falar
Nesses singelos versos
Venho a homenagear
Um famoso mandingueiro
Dessa arte popular

Nesses versos meus irmãos
E minhas irmãs também
Não tenho a intenção
De o por melhor que ninguém
Pois nessa vida  sabemos
Cada um dá o que tem

E prossigo a cantoria
Desses versos a louvar
Trazendo toda a verdade
Que a história irá mostrar
Pois quem nasceu pra ter brilho
Nunca irá se apagar

Baiano de Itabuna
Com 10 anos de idade
Já jogava a capoeira
Pelas ruas da cidade
Buscando aprimoramento
 Com muita simplicidade

Viajou para São Paulo
Em busca da melhoria
Mas largar a capoeira
Isso não conseguia
E seguia os treinamentos
Um dia após outro dia

Alistou-se no exército
Foi soldado militar
Entretanto a capoeira
Não parava de treinar
Nas rodas lá da republica
Gostava de vadiar

Discípulo de seu irmão
Mestre Anande das Areias
Outro ser iluminado
Um bamba  da capoeira
Que criou e fez a história
Da Capitães de Areia

Visitou o Rio de janeiro
Conheceu mestre Camisa
Foi em terras Cariocas
Mostrar toda a sua ginga
Jogando a capoeira
Com  malicia e com mandinga

Em 31 de janeiro
Do ano 76
Final do século XX
Mais um Capitão se fez
Pois Demir Já tinha sido
Agora era sua vez

Junto a seu irmão Demir
Montou a Farol da Barra
Transmitindo fundamento
De um saber que não se acaba
Na ladainha de angola
Ou no corrido ou na quadra

A Bahia tem história
Tem gente de muito valor
Mestres dessa cultura
Que o ancestral criou
Transformando o corpo em arma
Lutando contra o opressor

Meus irmãos e minhas irmãs
Vou me despedindo aqui
Pondo fim nessa história
Pois meu trem já vai partir
Mas deixo minha homenagem
Ao grande mestre Valdir

Mestre Demir fez história
Mas tão cedo Deus levou
Da técnica capitães de areia
O que mais se aprimorou
Transformando a farol da barra

Em uma escola de Valor

segunda-feira, 27 de junho de 2016

Escola de Capoeira Senhora da Terra Arte Ancestral

A simbologia do grupo

O emblema do grupo é simbolizado por um Baobá e o Circulo.
Baobá: uma árvore sagrada do continente Africano, é uma figura de origem, é um signo do fundamento, do princípio de todas as coisas.Simboliza a raiz da existência ancestral, aquele que veio antes e deu inicio ao que nós agora perpetuamos.
Circulo ou Roda representa o resgate de uma das maiores tradições africanas a oralidade,

As cores

O grupo é representado também pelas cores vermelho, amarelo e preto, as cores foram pensadas a partir de um pensamento que remetesse as raízes e origens ancestrais.
Sendo assim
Vermelho
O vermelho representa o sangue africano derramado através das lutas sofridas, escravidão e colonização
Amarelo
 O amarelo representa as riquezas roubadas do continente Africano, durante o período escravagista e a colonização
Preto
 Preto representa o povo negro que foi escravizado.