Um cordel para Mestre Valdir
Peço permissão a todas
E a todos para falar
Nesses singelos versos
Venho a homenagear
Um famoso mandingueiro
Dessa arte popular
Nesses versos meus irmãos
E minhas irmãs também
Não tenho a intenção
De o por melhor que ninguém
Pois nessa vida sabemos
Cada um dá o que tem
E prossigo a cantoria
Desses versos a louvar
Trazendo toda a verdade
Que a história irá mostrar
Pois quem nasceu pra ter brilho
Nunca irá se apagar
Baiano de Itabuna
Com 10 anos de idade
Já jogava a capoeira
Pelas ruas da cidade
Buscando aprimoramento
Com muita simplicidade
Viajou para São Paulo
Em busca da melhoria
Mas largar a capoeira
Isso não conseguia
E seguia os treinamentos
Um dia após outro dia
Alistou-se no exército
Foi soldado militar
Entretanto a capoeira
Não parava de treinar
Nas rodas lá da republica
Gostava de vadiar
Discípulo de seu irmão
Mestre Anande das Areias
Outro ser iluminado
Um bamba da capoeira
Que criou e fez a história
Da Capitães de Areia
Visitou o Rio de janeiro
Conheceu mestre Camisa
Foi em terras Cariocas
Mostrar toda a sua ginga
Jogando a capoeira
Com malicia e com mandinga
Em 31 de janeiro
Do ano 76
Final do século XX
Mais um Capitão se fez
Pois Demir Já tinha sido
Agora era sua vez
Junto a seu irmão Demir
Montou a Farol da Barra
Transmitindo fundamento
De um saber que não se acaba
Na ladainha de angola
Ou no corrido ou na quadra
A Bahia tem história
Tem gente de muito valor
Mestres dessa cultura
Que o ancestral criou
Transformando o corpo em arma
Lutando contra o opressor
Meus irmãos e minhas irmãs
Vou me despedindo aqui
Pondo fim nessa história
Pois meu trem já vai partir
Mas deixo minha homenagem
Ao grande mestre Valdir
Mestre Demir fez história
Mas tão cedo Deus levou
Da técnica capitães de areia
O que mais se aprimorou
Transformando a farol da barra
Em uma escola de Valor
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