sábado, 22 de fevereiro de 2014

A poesia Mandingada de Arquimedes Machado

 A poesia  de Arquimedes Machado morador do morro  Monte Serrat, nos leva a refletir sobre o nosso dia a dia, seus versos negaceiam a maldade e nos trazem uma verdade  regada de magia encanto e carregada dendê. Iê Camará os versos são as substâncias que alimentam o intelecto.
Graúna Cantador
IÊ!!!
As amarras não eram tão fortes,
os açoites quase de morte,
mas a dor era dentro pra fora.
mas a dor não tinha melhora.
IÊ!!!
Na senzala e na lavoura,
fui escravizado sem minha santa protetora,
meus orixás e a magia do candomblé.
foram o bastante para me manter em pé.
IÊ!!!
Meus tendões cortados, me fazia fraco,
os perdões pelo sangue derramado,
não me deixava morrer, e morrer não valia,
as correntes pesavam noite e dia.
IÊ!!!
Queria ser um pássaro, o graúna cantador,
voar pela mata fechada, longe do maldito feitor.
toda árvore era a casa que todo negro sonhava,
valha me Deus e a virgem Maria, mas a morte me alcançara.
IÊ!!!
Vou pra junto dos meus pais,
cantar a dor do povo negro,
ficar na história com meus ancestrais.
e lutar sempre porque nunca é cedo.
     Arquimedes Machado

Link para ouvir a poesia
https://soundcloud.com/medes-1/gra-na-cantador

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